A Cabocla Jupira é muito famosa no mundo da Umbanda!
Possui umas excelentes características e uma história ainda melhor.
É filha de outra Cabocla já falada neste artigo, a Jurema, e ainda de outros grandes caboclos.
É a filha mais nova e uma das mais inteligentes.
Viveu no meio dos índios e foi aí que ganhou toda a sua experiência.
Mas isso vai ser falado logo abaixo na sua história de vida.
Se pretende descobrir mais sobre a história desta entidade, ainda pouco falada, está no local certo.
Sandra, uma Umbandista de nascença, escreveu este artigo utilizando todos os seus anos de experiência!
Quem foi a Cabocla Jupira?
Filha da Cabocla Jurema e do Caboclo Sete Flechas, irmã das Caboclas Jaciara, Jacira e Jandir.
Foi a primeira filha do casal.
Cabocla guerreira, flecheira que viveu entre os índios Caetés.
Esta tribo tinha como forma de demonstrar suas forças, e de certa forma preservando a sua raça, a pratica do canibalismo, mas eles não eram canibais!
Faziam disto apenas em um ritual quando necessário, principalmente para seus grandes oponentes.
Esta cabocla era veloz, inquieta e sabia manejar muito bem uma lança!
Coisa que seu pai não gostava muito pois, ela vivia se envolvendo com disputas entre os homens de sua tribo.
Mas este era o seu jeito, Filha de Iansã, não poderia ser de outra forma.
Cabocla Jupira tem como Orixás regentes Iansã e Oxóssi.
São herdados por seus pais Cabocla Jurema e Caboclo Sete Flechas.
Porém alguns dizem que ela é da irradiação de Oxalá com Oxóssi, mas creio na primeira versão, já que sua mãe Cabocla Jurema era filha de Iansã, e por ser a primeira filha do casal a Cabocla Jupira acabou herdando a coroa de sua mãe.
É a princesa das matas, guerreira que mora no Jacutá (ponto de força de Iansã).
Ela ainda ficou noiva…
Chegou a ficar noiva de um índio de nome Juperê…
Mas quando houve a invasão dos portugueses aqui no Brasil, as tribos se agruparam para se defender dos invasores.
Muita gente morreu nesta batalha, entre eles a Jupira e seu noivo Juperê.
Alguns índios conseguiram se esconder nas matas mais fechadas, e sobreviveram.
Porém, ela não corria de uma batalha ou guerra, ainda mais para salvar seu povo…
E ficou na batalha até morrer e morrer como guerreira como tantos outros que se foram naquele dia.
Características de Cabocla Jupira
De forte vibração e rude, é guerreira e flecheira!
Uma das únicas Caboclas que usa um penacho.
Usa o penacho em respeito à sua mãe Cabocla Jurema.
Quando em terra, não dança e trabalha com os olhos cerrados, sua postura é muito firme, diferente das demais Caboclas.
Trabalha com descarregos de pessoas, e principalmente com a limpeza dos ambientes.
- Dia da semana: quinta feira
- Dia de Comemoração: 20 de janeiro
- Cor: amarelo é a principal, verde e vermelho e pode ainda usar o azul anil
- Comida: Frutas as mais variadas, batata doce, raízes e milho
- Bebida: cerveja branca, água ou vinho (vai depender da Cabocla)
- Fumo: charutos
Incorporação da Cabocla Jupira
Acontece e forma rápida, por ter irradiação de sua mãe Iansã, apesar disto não costuma dançar muito.
Quando chega em um terreiro, ajoelha-se com uma das pernas esticadas, com os braços e mãos que emitam um arco e disparam uma flecha.
Solta o seu brado enquanto “lança” sua fecha com os braços e mãos que emitam um arco e disparam uma flecha, solta o seu brado enquanto “lança” sua fecha.
Este brado é para avisar as energias negativas que ela, a Cabocla já chegou e que cada ser vai ocupar o seu lugar de merecimento no astral.
Quando a flecha é lançada em direção ao conga e depois em direção a porta da casa, é para enviar para o altar as energias negativas que já forma recolhidas.
Na porta a flecha tem o mesmo sentindo, enviar para os Exus que guardam a casa as energias negativas capturadas com suas flechas.
A incorporação da Cabocla Jupira é sem dúvida algo maravilhoso!
Trabalha com os olhos quase fechados, dando passes, descarregando os consulentes e limpando o ambiente onde estão.
Na verdade, ela já chega limpando o ambiente de trabalho.
Saudação
Okê Caboclo! Que significa: Salve Caboclo!
Não temos na Umbanda uma saudação para cada tipo de Caboclo, temos apenas uma que usamos para todos os Caboclos.
Que é Okê Caboclo, porém, podemos saudar todos os Caboclos que chegam com o seu nome!
Ficando assim a saudação: Okê Jupira! Ou Salve Cabocla Jupira!
Cabocla Jupira ponto riscado e cantado
Quem não adora um bom ponto riscado e cantado?
Felizmente esta cabocla possui um simplesmente maravilhoso.
É bastante curto, mas chega perfeitamente para aliviar e espantar todos os males enquanto cantamos!
Passarinho cantou lá na mata da Jurema
Nasceu uma flor pra uma linda cabocla de pena
Jupira é tão formosa!
Nasceu na mata pra você uma flor rosa
Ela é boa ou má?
Nenhum espirito de Luz é ruim.
Eles podem até serem às vezes mais sisudos, enérgicos, bravos, e de poucas palavras, mas todos eles praticam apenas o bem!
Não existe o mal dentro da Umbanda ou uma entidade ruim na Umbanda.
Ela tem um aspecto rude, ela é muito forte e quase não abre os olhos para trabalhar, o que pode fazer com que pareça ser uma entidade má ou brava, mas isto não é verdade.
É a forma de trabalho dela.
Ela não gosta de dançar, sempre preferiu caçar, subir em árvores e grandes pedras e por isto desenvolveu tanta força e garra…
E dançar pode parecer para algumas pessoas felicidade, bondade, compaixão, porém, isto não tem uma explicação e nem fundamentação.
O significado dos seus movimentos
Todo movimento feito por uma entidade em terra tem um significado.
- Estalar os dedos;
- Assoviar;
- Dançar para esquerda ou para a direita;
- Bater o pé no chão esquerdo ou direito;
- Bater no próprio peito;
- Etc.
Tudo tem fundamento na Umbanda e não é porque uma entidade trabalha com a expressão facial mais fechada, quer dizer que ela é ruim ou que faça o mal.
Já disse algumas vezes e não me cansarei de dizer…
Na Umbanda não se pratica o mal.
Pelo contrário, a Umbanda desfaz os males que nós próprios nos causamos com as nossas atitudes e posturas.
Quem faz o mal, são os quiumbas.
Estes são pagos para fazer o mal a qualquer pessoa, mas um quiumba ainda não é um espirito de Luz, um dia ele será, mas ainda não e por isto é que pratica o mal.
Por isto o pai de Santo, ou dirigente da casa precisa ficar muito atento a sua corrente mediúnica para não permitir a incorporação de um quiumba.
Mas isto é tarefa do médium também, que podemos falar em um outro artigo.
Okê Cabocla Jupira!